A quem você recorre hoje quando precisa de empréstimo, fazer pagamentos de contas ou outras transações financeiras? Geralmente, as pessoas buscam um banco para fazer essas transações. Mas essa realidade tende a mudar com a chegada de outras empresas que vão disputar esse mercado com novos modelos de negócios. São as Fintechs, prestadoras de serviços, baseadas em plataformas digitais que vão concorrer com os bancos.
Fintech é um termo em inglês, resultado da junção das palavras Finance e Technology, usado para descrever as empresas com modelos de negócios digitais que estão nascendo no mercado para oferecer serviços financeiros. Uma das características dessas companhias é o uso intensivo de tecnologias emergentes para a criação de produtos inovadores aos clientes conectados.
Com operação enxuta, as Fintechs são suportadas por soluções de Tecnologia da Informação (TI) em Cloud Computing (Computação em Nuvem) e prometem criação de produtos e serviços financeiros com mais rapidez que os bancos. O objetivo delas é desenvolver produtos mais baratos e mais fáceis de serem usados e permitir que a contratação seja feita com menos burocracia. Outro apelo é oferecer melhor experiência aos usuários.
Para entregar esses benefícios, essas empresas apostam no uso de tecnologias modernas que reduzem o custo das operações como Apps (Aplicativos) móveis, serviços de Internet e soluções de Cloud Computing.
As Fintechs estão de olho no crescimento de usuários que utilizam a Internet para fazer transações financeiras. Hoje, no Brasil, mais da metade das operações realizadas pelos bancos é pela Web. E o canal digital que mais cresce no país é Mobile Banking.
A pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sobre tecnologia bancária de 2015 revela que o Mobile Banking efetuou 11,2 bilhões de transações no ano passado, um salto de 138% em relação ao exercício anterior, quando foram registradas 4,7 bilhões de operações via dispositivo móvel.
Com esses resultados, o Mobile Banking assumiu a posição de segundo canal preferido pelos brasileiros para transações bancárias, depois do Internet Banking, com 17,7 bilhões de transações em 2015.
Serviços oferecidos pelas Fintechs
As Fintechs são startups (empresas recém-criadas) que funcionam baseadas em plataformas digitais. Elas oferecem um leque variado de serviços financeiros tanto para pessoa física quanto empresas.
Alguns produtos dessas empresas até são similares aos ofertados pelo sistema financeiro convencional, como o fornecimento de cartão de crédito, empréstimos e meios de pagamentos.
Porém, o grande diferencial dessas startups é o uso de ferramentas online, que permitem fornecimento de produtos sem a cobrança da taxa e tarifas mais competitivas.
Uma das Fintechs mais conhecidas no mercado é a multinacional PayPal, criada em 1998 nos Estados Unidos para fazer transferência de dinheiro entre pessoas físicas e empresas, usando apenas o e-mail dos clientes.
No Brasil, um exemplo é a operação da Nubank, Fintech fundada em 2013 que oferece cartão de crédito de grandes bandeiras sem cobrar tarifas ou anuidade do consumidor final. O cartão dessa empresa pode ser totalmente controlado por um aplicativo de celular.
Outras empresas com esse modelo estão chegando ao mercado, oferecendo produtos para gerenciar crédito em ambiente digital, atuar como consultores financeiros com serviços online e com marketplace (mercado eletrônico) para adiantar recebíveis, ou seja, antecipar pagamentos de notas fiscais eletrônicas para pequenas e médias empresas, além de outros produtos.
As Fintechs vêm para se juntar ao movimento do Blockchain, tecnologia que está por trás das transações de com a moeda virtual Bitcoin sem intermediários. São os chamados negócios disruptivos ou inovação disruptiva que estão nascendo para romper modelos tradicionais do setor financeiro.
Bancos brasileiros estão olhando para as Fintechs e Blockchain. Eles acreditam na possibilidade de fazer parcerias com os novos concorrentes.
A movimentação dos novos negócios digitais na área financeira sinaliza aumento de demanda por plataformas em Cloud Computing como IaaS (infraestrutura como serviço), SaaS (Software como serviço) e soluções de segurança online.
Gostou do artigo? Comente!