Hospitais, clínicas e planos de saúde estão tentando se interligar para a prática da estratégia de eHealth (saúde eletrônica) para integração dos serviços e digitalização de processos. O maior esforço do setor é criação de uma base de dados única para ter o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) online, projeto que ainda engatinha no Brasil. São iniciativas que vão exigir o uso intensivo de novas tecnologias como Internet das Coisas (IoT), mobilidade, ferramentas analíticas de Big Data (para tratamento de grandes volumes de dados) e Cloud Computing (Computação em Nuvem) para melhoria dos serviços e redução de custos.
A estratégia de eHealth visa a transformação digital da área de saúde com a eliminação do papel e adoção de Tecnologia da Informação (TI) para aprimorar processos administrativos e ajudar equipes médicas a serem mais proativas. A ideia é equipar as instituições para uma gestão mais eficiente dos registros médicos, prescrições, diagnósticos e comunicação entre as organizações do setor.
Como é um setor que gera muitos dados, um dos alvos da digitalização é o armazenamento seguro das informações. As bases de dados que serão compartilhadas entre os médicos precisam ser coletadas e guardadas, seguindo os aspectos legais em relação à privacidade.
Iniciativas de eHeath em Cloud
Um dos principais componentes dos projetos de eHealth é o PEP, que vem sendo implementado em todo o mundo, incluindo o Brasil. O novo sistema informatizado propõe unificar informações dos pacientes para que os médicos da rede pública e privada tenham acesso ao seu histórico com facilidade. A integração, segundo a classe médica, é importante para aumentar a eficácia dos tratamentos e ter diagnósticos com mais velocidade.
A ideia do PEP é facilitar o atendimento e tratamento dos pacientes. Quando ele buscar hospitais ou clínicas, o médico terá em mãos todas as suas informações de saúde com histórico das consultas, sem que tenha que apresentar exames físicos, pois estes estarão digitalizados e anexados ao seu PEP. Hoje, os pacientes precisam contar todo o seu histórico para cada médico que visitam e carregar envelopes com exames para checagem e comparação dos diagnósticos. O novo sistema pretende acabar com essa rotina.
A implementação do PEP no Brasil ainda está engatinhando, apesar da resolução do Conselho Federal de Medicina ter aprovado a prática em 2002. A falta de padrão para troca de dados, regulamentações e mecanismos de segurança são as principais barreiras que os executivos de TI que atuam em instituições de saúde enfrentam para implementação do prontuário eletrônico único no Brasil.
De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2014, divulgada no ano passado, pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), a incorporação de PEP é maior, sobretudo nos estabelecimentos de serviço de apoio à diagnose e terapia.
Nestas instituições de saúde, 55% declararam ter utilizado prontuários totalmente eletrônicos, enquanto 36% disseram ter disponível tanto a versão digital quanto em papel. Nos estabelecimentos com internação, essa incorporação é mais baixa, independentemente do porte da unidade. Esse fato pode estar associado à complexidade do registro de informações clínicas nesse tipo de estabelecimento.
Segundo os especialistas, a iniciativa deve deslanchar com a disseminação de novas tecnologias, como banda larga e Cloud Computing. Estudos da IDC apontam que as iniciativas de eHealth terão diversas aplicações em Nuvem.
Previsões da consultoria indicam que, em 2020, cerca de 80% dos dados de saúde serão acessados em algum momento em Nuvem. Prestadores de serviços e fornecedores vão alavancar tecnologias e infraestrutura para a coleta de dados, agregação, análise e tomada de decisões baseadas em Cloud Computing.
Como resultado de um maior foco em melhorar a experiência do consumidor, 65% das transações realizadas pelos pacientes com as organizações de saúde serão móveis até 2018. Esse fator, segundo a IDC, exigirá que os projetos de eHeath contemplem estratégias para atender os usuários de serviços de saúde pela Web.
eHeath com Internet das Coisas
Para controlar os crescentes custos de saúde relacionados ao gerenciamento de pacientes, a IDC prevê que 70% das organizações de saúde em todo o mundo vão investir em aplicações móveis, wearables (dispositivos vestíveis) monitoramento remoto e cuidado virtual até 2018.
Analistas de mercado sinalizam que a IoT será uma componente importante da eHeath. Por meio de dispositivos wearables, como relógios e pulseira, médicos poderão monitorar remotamente condição de pacientes, que precisam acompanhamento de perto, como os com problemas de diabetes e pressão alta.
Esses dispositivos terão aplicações em Nuvem e vão permitir aos médicos oferecem atendimento aos pacientes em situações críticas à distância, sem que eles precisem ir a um hospital para o acompanhamento de rotina. Os wearables alimentados em Cloud vão se encarregar de transmitir a sua condição de saúde ou pedir conselhos de um médico.
Quatro benefícios de eHealth em Nuvem
1- Armazenamento de dados e integração das informações para consultoras pelas organizações em tempo real, com possibilidade de projetos de Big Data para tomada de decisões mais assertiva. Informações poderão ser consultadas por tablets, smartphones e outros dispositivos.
2- Monitoramento de paciente à distância por meio de dispositivos wearables, permitindo que o médico ofereça cuidados personalizado. O paciente não precisa ir ao hospital para receber orientações de rotina.
3- Telemedicina – Por meio de ferramentas de videoconferência médicos podem colaborar com outros especialistas em qualquer parte do mundo, seja para realização de uma cirurgia ou conhecimento para diagnósticos mais efetivos.
4- Médico tem acesso rápido ao Prontuário Eletrônico do Paciente para aplicar o cuidado necessário e ter informações precisas sobre a evolução de sua saúde. Com informações nas mãos, os médicos podem salvar mais vidas.
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