O tsunami de dados, que está invadindo as companhias, fenômeno chamado de Big Data (grandes volumes de dados) criou uma nova profissão. A função de cientista de dados, um talento raro não só no Brasil, mas no mundo. Trata-se de um especialista com habilidade para analisar e interpretar informações de valor e apoiar na tomada de decisão dos negócios.
Big Data é um dos pilares da Terceira Plataforma de Tecnologia da Informação (TI), ao lado de mobilidade, Social Media (mídia social) e Cloud Computing. O conceito ainda é novo no mercado e veio para orientar as organizações no gerenciamento dos grandes volumes de dados. A abordagem cria estratégias para coleta de informações em tempo real de redes sociais, Internet ou transações de negócios para maior assertividade nas decisões da companhia.
A proposta do Big Data é dar ferramentas para que as companhias consigam pescar no mar de dados informações de valor para aumentar sua competitividade. O papel do cientista de dados é na verdade encontrar agulha no palheiro de dados coletados pelas empresas. Ou seja, é alguém que analisa dados para apontar tendências para os negócios da companhia.
Com essa habilidade, o cientista de dados ganhou importância e se tornou uma carreira promissora, tendo sido considerada pela revista Harvard Business Review como o emprego mais sexy do século 21.
Perfil do cientista de dados
O cientista de dados tem de saber programação, ser capaz de criar modelos estatísticos, ter conhecimento e domínio apropriado de negócios. Precisa também compreender as diferentes plataformas de Big Data e como elas funcionam.
Geralmente, esse profissional é formado em estatística, matemática ou ciências da computação, e possui capacidade analítica para identificar informações de valor e fazer previsões de situações com base nas ferramentas de Big Data. Ele pode transformar tabelas de números em palavras e ser bom em comunicação para traduzir dados na linguagem dos negócios.
Segundo estudos do Gartner, a ampliação das iniciativas de Big Data exigirá a contratação de um exército de cientistas de dados. Em 2015, a consultoria estimava uma demanda por 4,4 milhões de especialistas nessa área em todo o mundo. Desse total, o Brasil tinha capacidade para gerar 500 mil vagas.
Mas, o problema é onde buscar esses talentos, considerados uma preciosidade não só aqui, mas também no mercado externo. Para preencher essa lacuna, muitas empresas como EMC, SAS, IBM e HP criaram programas de capacitação em Big Data e algumas estão fazendo parcerias com universidades para formar esses talentos.
O Brasil já sofre com déficit de mão de obra especializada em e TI e com Big Data não é diferente. Os que possuírem as habilidades exigidas serão muito valorizados no mercado de trabalho. Segundo a Robert Half, empresa de seleção e recrutamento de talentos, o salário de um cientista de dados varia entre R$ 4 mil a R$ 12 mil.
As oportunidades de trabalho para cientistas de dados estão surgindo em todos os setores. As empresas que estão contratando mais esses talentos são as manipulam grandes volumes de dados como seguradoras, bancos, administradoras de cartão de crédito, operadoras de telecomunicações, fornecedoras de serviços.
Competências necessárias
Capacidade para coletar grandes volumes de dados:
Raciocínio lógico é fundamental para saber analisar e extrair dados que podem gerar oportunidade de negócios.
Apontar tendências:
Com base em dados de valor extraídos dos vários sistemas, sinalizar tendências que criem oportunidades para a empresa aumentar a lucratividade, como ideias para solucionar problemas, novos produtos e serviços.
Domínio das tecnologias de Big Data:
Conhecer ferramentas de hardware e software para coleta e análises de dados. Uma dessas plataformas é Hadoop, de código aberto para processamento e distribuição de grandes massas de dados. Destacam-se também as chamadas Machines Learning (máquinas baseadas em inteligência artificial) e algoritmos matemáticos para automação, com capacidade para aprender e realizar tarefas em substituição da mão de obra física.
Tino para negócios:
O cientista de dados tem que conhecer os negócios da companhia para saber como os dados que coleta e analisa podem aumentar sua competitividade no mercado.
Trabalhar alinhado com as áreas de TI e negócios:
Como precisa das tecnologias para realizar seu trabalho, o cientista de dados precisa de habilidade para colaborar com esses dois times.
Onde buscar capacitação
Fundação Getúlio Vargas (FGV): a Escola de Matemática Aplicada (Emap) – Rio de Janeiro (RJ) – oferece o curso de mestrado acadêmico em Modelagem Matemática
Universidade de São Paulo (USP): A Faculdade de Saúde Pública ministra curso de Introdução a Big Data na área de saúde;
Fundação Instituto de Administração (FIA): Tem programa de pós-graduação em Big Data
Pontifícia Universidade Católica (PUC): conta com o curso Big Data na prática com Apache Hadoop
Curso grátis na Internet
Coursera – Curso de Data Cience
Futurelearn – Cursos de Big Data
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